4.11.23

As 12 caixas das inúmeras Fofoletes da Trol

Conseguir as 12 caixas das Fofoletes lançadas pela Trol, em 1978, foi fácil - embora somente há dois meses comprei três que faltavam. Difícil, quase impossível, é identificar as 12 primeiras bonequinhas que foram lançadas e qual caixa cada uma ocupou originalmente, pois não há qualquer registro sobre isso e as fotos da caixa ou o folhetinho interno não correspondem às Fofoletes que estariam na caixinha. Esse quadro se complica porque, depois das 12 primeiras, a Trol lançou inúmeras Fofoletes, com roupinhas de diversas cores, que vieram nas mesmas 12 caixas. Pesquisa na internet e consulta a colecionadoras mais antigas e que moram em grandes centros, como São Paulo, têm sido minhas ferramentas para tentar descobrir as bonecas iniciais.
As 12 caixas das Fofoletes da Trol e os folhetinhos que acompanham as bonecas são iguais ao que foi lançado pela El Greco, da Grécia, e pela GIG, da Itália, e posteriormente pela Nibo, do Uruguai, com a aparência de caixa de fósforos - pois esta é a origem do nome das bonecas (fiammiferino). Cada fabricante adaptou as informações - a começar pelo nome e endereço -, e traduziu os textos e até os versinhos que existem em cada embalagem e nos folhetos. Nem mesmo as Fofoletes que ilustram cada caixinha são as brasileiras, tanto que usam laços de fita no lugar do cachecol adotado no Brasil para todas.
As caixinhas têm em um lado uma foto com o tema do versinho que está no outro lado; os logotipos da boneca e da fábrica, e a chamada padrão "a bonequinha da sorte", detalhe exclusivo das caixas das bonecas brasileiras. Do outro lado está o versinho, o número da caixa, o endereço do fabricante e o lembrete "Fofolete é apresentada em 12 modelos para você colecionar", frase toda em caixa alta. Nas laterais, a caixa tem faixas marrons imitando as lixas para riscar palitos de fósforo. As caixas produzidas e vendidas na Itália e na Grécia têm um lacre de papel em um dos lados, talvez repetindo o que haveria em caixas de fósforos reais. No Brasil, o lacre é apenas uma imagem impressa na ponta da caixa.
Chamam a atenção os temas apresentados nas caixinhas, que levavam as crianças de 50 anos atrás a conviverem com ilustrações e versinhos sobre jogos, bebidas alcóolicas, cafeína, cigarros, dinheiro e joias. As quadrinhas, no entanto, buscam mostrar que todos os vícios podem ser substituídos por Fofoletes, que fariam as pessoas muito mais felizes. Considerados atualmente "politicamente incorretos", esses temas não chegam a condenar as peças, que agora são parte de acervos de colecionadores adultos. No entanto, se as Fofoletes foram feitas para crianças e adultos, os versinhos podem até ter sido criados (ou traduzidos) com propósitos educativos.




Assim como as primeiras 12 Fofoletes da Trol, tem importância hoje o material de divulgação do lançamento das bonequinhas. A publicidade incluiu cartazes e anúncios de revistas e de gibis, com a mesma fotografia de duas mãos carregando Fofoletes, destacando a definição de "a bonequinha da sorte". As propagandas das bonecas italianas faziam referência à maciez de fofoletes nas mãos de quem as possuísse, talvez fazendo o contraponto com o nome das bonecas, que remetia ao fogo de um fósforo. No Brasil, a bonequinha "do tamanho de uma caixinha de fósforo" cabia na palma da mão aos montes!



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Fico muito feliz com seu interesse por este blog e seu conteúdo. Fofolete também é cultura :)