Se partirmos do princípio de que todo objeto só existe se cumprir sua missão e se for usado para o que foi fabricado, o que dizer de um brinquedo nas mãos de uma pessoa adulta? Para que serve um brinquedo se não for para brincar? E o ato de brincar é exclusivo de crianças? Com tantas questões pra responder, abri o armário e lá estavam inúmeras caixas e caixinhas guardando Fofoletes. Cheguei a sentir compaixão pelas pequeninas ali, fechadas, sem serem vistas, sem serem brincadas, acabando de envelhecer seus materiais que já não eram novos. Elas eram retiradas das caixinhas para algumas fotos e de novo guardadas. E assim foram se acumulando bonecas e fotos, até que resolvi pelo menos mostrar as imagens das Fofoletes, já que elas não tinham como ser expostas fisicamente.
Coisa estranha me apropriar da imagem de uma boneca e mantê-la presa sem servir de brinquedo. Então, finalmente, me assumi como colecionadora, aquela pessoa que gosta de juntar coisas semelhantes só porque gosta delas e que tem que constantemente se cuidar para isso tudo não virar uma tremenda acumulação. Essa condição, pelo menos, isenta de ter de cumprir a atribuição da função inerente do objeto. Uma boneca não é uma cadeira (e nem as cadeiras só servem para sentar-se) e se é uma boneca de colecionadora, se livra da obrigação de ter de ser brincada.
Depois de todas as conclusões tiradas, as bonecas continuavam incógnitas, então resolvi juntar duas coisas que adoro - as Fofoletes e tirar fotos - para exibir a coleção fora do armário e das caixas. Era 2014, ano em que descobri que havia mais Fofoletes no mundo do que jamais havia imaginado; ano em que, após procurar pela internet uns exemplares de Fofoletes que haviam sumido, aumentei minha coleção expressivamente; ano em que comecei a descobrir pela internet que eu não estava sozinha no colecionismo; ano em que eu já estava hábil em algumas mídias sociais e tive a ideia de criar "prateleiras virtuais" para mostrar minhas bonequinhas.
Mãos à obra e lá estavam elas estreando suas mínimas dimensões pela web. A estreia foi neste blog (20/03/2014), por onde eu já publicava textos literários desde 2006. Com o aumento do número de fotos das Fofoletes, comecei a postar também no Flickr (20/09/2014), onde eu já tinha outras fotografias desde 2012. Finalmente, resolvi revelar a coleção pelo Instagram (17/12/2014) e nessa mídia elas ganharam maior visibilidade e reconhecimento. Descobri um universo de colecionadores de todo tipo de brinquedos, bonecas e bonecos, figuras de ação, brinquedinhos de fast food; de diversos países, de diferentes idades e ideologias; alguns já beirando a acumulação; outros focados em um tipo apenas de objeto.
Conclusão da aventura do colecionismo de Fofoletes: conheço fisicamente algumas colecionadoras; sei que há inúmeras e inúmeros em Brasília e combinamos que, depois da pandemia, vamos nos reunir nem que seja no Parque da Cidade para festejar e tirar fotos com nossas bonecas. Enfim, as prateleiras virtuais têm sido as melhores aliadas dos colecionadores, exibindo as coleções e criando uma rede de relacionamento divertida e rica de informações. É por meio delas que as Fofoletes participam de festas e competições, recebem elogios, recebem ofertas de aquisição, ganham presentes, festejam datas de diversos eventos.
Coisa estranha me apropriar da imagem de uma boneca e mantê-la presa sem servir de brinquedo. Então, finalmente, me assumi como colecionadora, aquela pessoa que gosta de juntar coisas semelhantes só porque gosta delas e que tem que constantemente se cuidar para isso tudo não virar uma tremenda acumulação. Essa condição, pelo menos, isenta de ter de cumprir a atribuição da função inerente do objeto. Uma boneca não é uma cadeira (e nem as cadeiras só servem para sentar-se) e se é uma boneca de colecionadora, se livra da obrigação de ter de ser brincada.
Depois de todas as conclusões tiradas, as bonecas continuavam incógnitas, então resolvi juntar duas coisas que adoro - as Fofoletes e tirar fotos - para exibir a coleção fora do armário e das caixas. Era 2014, ano em que descobri que havia mais Fofoletes no mundo do que jamais havia imaginado; ano em que, após procurar pela internet uns exemplares de Fofoletes que haviam sumido, aumentei minha coleção expressivamente; ano em que comecei a descobrir pela internet que eu não estava sozinha no colecionismo; ano em que eu já estava hábil em algumas mídias sociais e tive a ideia de criar "prateleiras virtuais" para mostrar minhas bonequinhas.
Mãos à obra e lá estavam elas estreando suas mínimas dimensões pela web. A estreia foi neste blog (20/03/2014), por onde eu já publicava textos literários desde 2006. Com o aumento do número de fotos das Fofoletes, comecei a postar também no Flickr (20/09/2014), onde eu já tinha outras fotografias desde 2012. Finalmente, resolvi revelar a coleção pelo Instagram (17/12/2014) e nessa mídia elas ganharam maior visibilidade e reconhecimento. Descobri um universo de colecionadores de todo tipo de brinquedos, bonecas e bonecos, figuras de ação, brinquedinhos de fast food; de diversos países, de diferentes idades e ideologias; alguns já beirando a acumulação; outros focados em um tipo apenas de objeto.
Conclusão da aventura do colecionismo de Fofoletes: conheço fisicamente algumas colecionadoras; sei que há inúmeras e inúmeros em Brasília e combinamos que, depois da pandemia, vamos nos reunir nem que seja no Parque da Cidade para festejar e tirar fotos com nossas bonecas. Enfim, as prateleiras virtuais têm sido as melhores aliadas dos colecionadores, exibindo as coleções e criando uma rede de relacionamento divertida e rica de informações. É por meio delas que as Fofoletes participam de festas e competições, recebem elogios, recebem ofertas de aquisição, ganham presentes, festejam datas de diversos eventos.